Nasci em 1954. Hoje, 2014, tenho 60

NINGUÉM faz sessenta sem ter uma história. Eu tenho várias, muitas que me fizeram emocionar, que me paralisaram, que me deixaram eufórico, que me fizeram gozar muito (e não no sentido primeiro que se pense, embora não possa reclamar!) da vida. Tenho lembranças maravilhosas, tenho flashes que levarei comigo e daqui para quando viver. Mas algo sempre me acompanhou, independentemente da minha idade, da minha formação, enfim, de tudo, a música. Como tenho sessenta, ouvi muita música. Bossa nova e músicas nostálgicas, e talvez daí me venho a propensão a ter a nítida impressão de ter vivido coisas que eu não vivi, em épocas que não havia nascido, ou não tinha idade para aproveitar. Há, pois, comigo, experiências vividas e não vividas. É estranho? Sim e não. Ouvi Nat King Cole, Carl Porter, descobri sons novos, circulei pelo erudito, aprendi muito, mas em todo o caso, nada seria como é se não fosse a música.

Minha melancolia resullta de uma alma inquieta, uma alma que muitas vezes se confrange e chora desesperadamente, sem que ninguém note, por que o rosto esconde o que estou sentindo. Não cultivo subterfúgios, e o mais complicado é as pessoas que me conhecem superficialmente me entenderem. Como sou ótimo em relações pessoais, elas não entendem que eu posso me aborrecer com determinadas atitudes.

No entanto, há amizades que conservo muito, porque respeito a opinião dos outros, mas não admito que desrespeitem as minhas. Não gosto de molecagem, de pessoas que dizem o que querem porque estão bebadas ou porque passam por uma crise. Eu também tenho minhas crises, e sei valorizar minhas amizades. Meus amigos são pessoas muito legais, e fazem parte, cada uma delas, das minhas trilhas sonoras.  Tenho para cada uma uma música que a defina. Mas gosto mesmo é de amizades Stardust. HILTON BESNOS.

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